quinta-feira, 16 de agosto de 2012

800 anos do Carisma de Santa Clara - O nascimento do Carisma.

No Domingo de Ramos relembramos o início do carisma de Clara de Assis. Falamos ‘Carisma’, pois se dissemos fundação da ordem evidenciaríamos mais a institucionalização de que o espírito fundacional desse ramo franciscano. As pessoas carismáticas como foi a santa de Assis, conseguiram ouvir o vento do Espírito e obedeceram a Voz divina. Foram movidos pelo sobro do vigor de Deus e profundamente afetadas por esse amor. Clara já fascinada pelo exemplo de São Francisco foi movida a deixar todas as coisas e partir em encontro d'Aquele que a fascinava: Jesus. Nesse processo conversivo podemos simplesmente olhar as coisas de maneira mais florida, principalmente quando se trata de grandes personalidades da igreja. Sem sombras de dúvidas é bom enfeitar um pouco, colocar certo sentimento nos relatos. Entretanto, a mudança de vida realizada por Santa Clara não foi um jardim de rosas. Existiram conflitos com a família, com a sociedade e com a Igreja. É interessante observar o trajeto de Clara. Ela, a convite de Francisco (Cf. LCL 7), organiza sua fuga da casa paterna em um Domingo de Ramos. Além de ter sido um dia propício para que não fosse percebida, devido à quantidade de pessoas e afazeres, existia uma leitura espiritual nessa fuga. Lembremos que o Domingo de Ramos é a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. É o início da caminhada Dele para o calvário. Clara, em sua maturidade humano-espiritual, de certa forma antevia e se fortalecia comparando-a com todo o caminho percorrido por Jesus Cristo representado na Semana Santa. Aproximava-se o solene dia dos Ramos quando a jovem, de coração fervoroso, foi ter com o homem de Deus, para saber o que e como devia fazer acerca de sua conversão. (LCL 7). Esse aproximar é um estar frete a uma decisão, mais que um simples sair de casa. Tal resposta representa toda uma caminhada que mesclava alegria e tristeza, dúvidas e respostas. Foi um processo de desidentificação com o mundo que vivia e adesão ao novo que surgia. Coisas deixadas para traz e outras assumidas. Sair de casa representava mais que um comportamento visível. Foi aderir a uma nova forma de vida guiada pelo Senhor. Ou seja, antes mesmo que Clara tenha saído concretamente de casa, no Domingo de Ramos, ela já vinha construindo este despojamento. Seu coração se dilatou cada vez mais até chegar o momento de sua saída para a nova vida. Chegando assim, o domingo, a jovem, brilhando, em festivo esplendor no meio do grupo das senhoras, entra na igreja com os outros. Aí, como um digno presságio, aconteceu que , enquanto as demais pessoas acorriam para os ramos, Clara, por discrição, permanecia imóvel em seu lugar” (LCL, 7). “Permanecia imóvel em seu lugar”, em sua decisão. A festa para receber Jesus não estava mais nos Ramos colocados no chão, mas na terra fértil de um coração afetado pelo Mistério. Apaixonada, permanecia em seu lugar, aguardando contemplativa, a chegada do Esposo. A abertura se deu significativamente em sua ação de despojamento. Deixando a casa paterna, abriu-se Àquele que tudo podia dar. O ‘lugar’ de Clara já estava preparado, não em simples paredes da nova moradia, mas no próprio coração de Deus. Abandonando tudo, abriu-se a Deus e se tornou Virgem Clara: transparente e límpida. Assim, abandonados casa, cidade e familiares, apressou-se para Santa Maria da Porciúncula, onde os frades que, diante do pequeno altar de Deus, observaram sagradas vigílias, receberam com luminárias a virgem Clara. (LCL 7). Hoje Clara ainda resplandece no carisma franciscano. Sua memória é invocada e vivida nos diversos ramos dessa Família. PAZ E BEM! Fonte:Reflexões franciscanas.

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